O governo do Amapá divulgou nesta semana dados da campanha de vacinação da febre aftosa no estado e os resultados positivos foram detalhados na manhã desta segunda-feira pelo diretor da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do Amapá (Diagro), Álvaro Cavalcante, durante entrevista para a Rádio Assembleia. Com um índice de 95,12%, superior ao requerido pelo Ministério da Agricultura, que é de 90%, o estado deve conquistar em breve uma nova certificação para rebanhos livres de febre aftosa. O gestor também ressaltou que os animais locais não têm nenhum tipo de suspeita de estarem com o Mal da Vaca Louca, doença identificada recentemente em um boi no Pará.
"Todo o ano estamos conseguindo aumentar o índice vacinal aqui no Amapá. Quatro municípios atingiram 100%. Já temos mapeados os inadimplentes e estamos agora entrando na segunda fase da campanha. Em Cutias, onde temos 70% de todas as 344 mil cabeças de bovídeos do estado, atingimos 100% de vacinação", afirma Cavalcante. Por isso, segundo ele, o que falta para que os pecuaristas locais conquistem uma nova certificação é o aparelhamento da Diagro. "Já temos um sistema eletrônico no Macapá, que é a Guia de Transporte Animal (GTA), que hoje já está disponível online no município, mas ainda não estamos realizando o mesmo processo em outras cidades por causa da internet", detalha.
Para o gestor, um concurso público no órgão deve agilizar a modernização e adequação ao que é pedido pelo Ministério da Agricultura. "A gente alcançando uma nova certificação, iremos aumentar as vendas do estado. Estamos buscando fazer concurso ainda este ano e queremos aumentar o número de servidores para atuar nos 16 municípios do estado. A demora maior é mudar nossa legislação, que já está em modificação, porque estamos desatualizados, então estamos fazendo adequação para melhorar a assistência e melhorar o trabalho ofertado."
Sobre a doença da Vaca Louca, que teve um registro na última semana no Pará, Álvaro Cavalcante diz estar tranquilo. "Não existe nada aqui, os consumidores podem ficar tranquilos. Até no Pará, também não precisa de pânico, porque o boi identificado lá apresentou a forma atípica da doença, que não tem problema de passar de animal para animal e nem animal para homem", completa.
Vale ressaltar que a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma doença do sistema nervoso dos bovinos, que tem um longo período de incubação entre dois e oito anos, e ocasionalmente mais longo. Atualmente não há tratamento ou vacina contra o agravo. Um humano adquire esse príon infeccioso ao comer carne infectada, desenvolvendo a variante doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ), também conhecida como "vaca louca".
Fotos: ASCOM